Entrada + 60 parcelas: Leilão de hotel em destino turístico de MG é reaberto com facilidades para pagamento de R$ 2,7 milhões
03/08/2025
(Foto: Reprodução) Hotel Colombo está localizado no Complexo do Barreiro, em Araxá
Leandro Guimarães/Acervo IBGE
Lance mínimo de R$ 2.665.250, entrada de 25% do valor e um carnê de 60 parcelas. Essas são as condições de pagamento oferecidas pela Prefeitura de Araxá para quem quiser comprar o Hotel Colombo.
O prédio que já hospedou hóspedes ilustres como o inventor Santos Dumont e os ex-presidentes do Brasil Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek está localizado no Complexo do Barreiro, importante destino turístico hidrotermal mineiro. O imóvel construído em 1929 tem mais de 7 mil metros quadrados divididos em dois prédios principais, capela e piscina.
Os interessados podem agendar visitas com pelo menos três dias úteis de antecedência. As propostas deve ser enviadas até 9h de 20 de agosto. O leilão é on-line.
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Hotel Colombo reuniu figuras históricas e a nata mineira em seus tempos áureos
Google Streetview/Reprodução
Preservação cultural e investimento urbano
De acordo com a Prefeitura de Araxá, que é dona do Hotel Colombo desde 2012, o objetivo da venda é atrair um investidor que se comprometa com a preservação cultural, ampliação do potencial turístico do Complexo do Barreiro, além da geração de emprego e aquecimento da economia da cidade. Por ser tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o comprador deverá restaurar o prédio.
“Quem adquirir o prédio vai ter que restaurá-lo porque é um prédio que tem tombamento do Iphan. O prédio ocupa em torno de mil metros. Então, tem uma área toda que ainda pode ser explorada para algum novo empreendimento, claro, seguindo o regramento do nosso plano diretor”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo, Italo Marcus Fonseca Borges.
Ainda segundo a Prefeitura, o dinheiro da venda será aplicado em obras de infraestrutura como recapeamento de vias e mobilidade urbana.
O Hotel Colombo foi ponto de encontro de diversas figuras importantes da história
Reprodução/Arquivo Pessoal
História quase centenária
Construído em 1929 pelo imigrante italiano Luiz Colombo, o Hotel Colombo funcionou durante 83 anos.
Com uma história marcada por tradição e hospitalidade, a estrutura hoteleira se tornou um dos marcos mais emblemáticos da cidade. A arquitetura imponente e o charme acolhedor dos tempos antigos encantaram gerações, tornando-o um local de memórias afetivas e encontros importantes ao longo das décadas.
“A minha gestão foi voltada principalmente para o turismo familiar, porque o que tínhamos para oferecer era um bem-estar para a família com muita proeza”, relembrou Adriana Colombo, neta do fundador do hotel.
Área de piscina do hotel
Reprodução/Arquivo Pessoal
Em 2012, o prédio foi adquirido pela Prefeitura Municipal de Araxá e chegou a funcionar como sede do gabinete do prefeito e de algumas secretarias.
Porém, um incêndio tornou o prédio inativo em 2015, deixando as estruturas abaladas e fazendo com que ele fosse interditado.
Mal-assombrado ou crença popular?
Interior do Hotel Colombo
Reprodução/Arquivo pessoal
Cercado por casas, o antigo Colombo é palco de relatos curiosos em Araxá: uma misteriosa mulher de branco que caminha pelos telhados e gritos estrondosos que ecoam pelos corredores são histórias frequentemente contadas por moradores da região, que dão a fama de mal-assombrado ao hotel.
Mas apesar das histórias que circulam de geração em geração, há quem duvide dos relatos e enxergue tudo como fruto da imaginação popular.
“Isso é crença popular que cai na graça do povo. Não existe nenhum fato que tenha determinado isso, nenhum evento ocorreu. Nada disso”, afirmou Italo Marcus.
Por outro lado, quem já trabalhou no hotel garante que existe um mundo espiritual ali. A ex-coordenadora Ana Cláudia Silva diz que em meio às diversas alegrias que passou no Colombo, também tem muitas histórias para contar.
"Nós tínhamos um gestor, o Walter Ogawa, que quando tomou a direção do hotel se deparou com muitas energias e por isso fez um estudo espiritual e chegou à conclusão de que o Hotel Colombo é uma escola espiritual de 6 andares pelo menos", contou.
Ana quando trabalhava no Hotel Colombo
Reprodução/Arquivo pessoal
Ainda segundo Ana, a análise espiritual feita no hotel mostrou que ele tem, ao todo, 17 espíritos residentes.
"O pessoal da cozinha dizia que ali existia o espírito de um menino que morreu de meningite e ficou ali vagando. Vários relatos diziam que após o encerramento da cozinha, os trabalhadores viam panelas sendo lançadas, colheres voando, caçarolas se mexerem e por aí vai."
Dentre as histórias que marcam quem viveu no local, uma delas chama a atenção: a de uma mulher loira, bonita e que ainda hoje aparece nas redondezas do Colombo.
"Da mulher de branco eu sei que ela era loira e se vestia como acompanhante de uma senhora que viajava sozinha para se hospedar no hotel. Em uma dessas viagens, a mulher faleceu no hotel. Após a morte, funcionários enrolaram ela em panos brancos. O espírito dela vagou muitos anos ali e eu tenho relatos de rapazes que se hospedaram no hotel e disseram que chegaram a beber com uma mulher loira bonita, mas que nunca voltavam a encontrar", relembrou.
Quando já não achava que veria algum dos espíritos relatados, Ana relembra que em uma noite próxima do Natal teve a primeira e única experiência 'assombrada' no Colombo.
"Certa vez eu estava montando um painel para uma festa dos funcionários e quando fui instalar, como estava escuro, resolvi ligar o pisca-pisca para passar um clima natalino. Um vulto de quase 1,80 de altura aparece, um homem negro, a sensação que eu tive era de que ele era um escravo, forte, bonito. Foi a primeira vez que eu vi algo".
Com fama de mal-assombrado, hotel que já hospedou Vargas, JK e Santos Dumont vai a leilão
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